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ToggleVocê já ouviu o termo “pomba-gira”, mas não sabe quem é Maria Navalha? Pois prepare-se para conhecer uma das figuras mais emblemáticas da Umbanda, cuja história de vida resiste ao tempo como um símbolo de força, perseverança e proteção. As entidades da Umbanda são fascinantes, especialmente pelas suas histórias de origem. Cada uma delas traz uma bagagem rica em aprendizado, luta e superação, tornando-se verdadeiras inspirações espirituais. Hoje, mergulhamos na história de Maria Navalha, uma mulher que enfrentou as adversidades de um mundo cruel, mas renasceu como uma entidade poderosa e cheia de luz.
Fique conosco até o fim deste artigo para conhecer os detalhes dessa trajetória inspiradora e, ao final, aprenda três cantigas relacionadas a essa pomba-gira e três trabalhos espirituais voltados para abertura de caminhos, prosperidade e proteção.
Quem é Maria Navalha na Umbanda?
Maria Navalha é uma entidade popular dentro da Umbanda, conhecida por sua força, determinação e coragem. Como o próprio nome sugere, a figura da navalha é central para sua história e simbolismo, representando sua luta por sobrevivência e autoafirmação. Apesar de o nome causar curiosidade e até temor, ele não reflete violência gratuita, mas sim um símbolo de proteção, resistência e resiliência.
Na Umbanda, Maria Navalha é vista como uma das pomba-giras malandras, comumente associadas aos “malandros” espirituais, como Zé Pelintra. Seu trabalho é ligado ao auxílio em situações de injustiça, proteção dos indefesos e superação de desafios emocionais e espirituais. Ela é especialmente reverenciada por ajudar aqueles que enfrentam vícios, amores complicados ou situações de opressão.
Entre os aspectos mais marcantes de Maria Navalha, podemos destacar:
- Cura de vícios: Ela auxilia aqueles que estão presos a hábitos destrutivos, ajudando-os a encontrar força para superá-los.
- Trabalhos no amor: Como uma pomba-gira, Maria Navalha é conhecida por ajudar nos assuntos do coração, promovendo relações mais equilibradas e verdadeiras.
- Proteção aos indefesos: Sua história de vida a torna uma guardiã natural daqueles que não podem se defender sozinhos.
Uma Vida de Lutas e Superação
A história de Maria Navalha, antes de se tornar uma entidade, é marcada por dor, luta e superação. Diz-se que ela nasceu em um ambiente de extrema pobreza, enfrentando dificuldades desde a infância. Órfã de mãe, foi criada por um padrasto abusivo, que a submetia a maus-tratos constantes. Sua irmã mais nova era seu único alívio em um mundo hostil.
Cansada dos abusos, Maria tomou uma decisão corajosa: fugiu de casa com sua irmã durante a noite, levando apenas o que podia carregar. Essa fuga marcou o início de uma vida repleta de desafios. Sem recursos ou destino certo, as duas meninas enfrentaram fome, frio e medo, mas Maria se recusava a desistir. Sua determinação e coragem começaram a moldar a lenda que viria a se tornar.
Para sobreviver, Maria recorreu à prostituição, um destino comum para mulheres marginalizadas na época. Apesar das dificuldades, ela se manteve resiliente e protetora com sua irmã, garantindo que a menina tivesse uma chance de viver uma vida melhor.
O Encontro com Zé Pelintra
Um dos momentos mais icônicos da história de Maria Navalha ocorreu em um beco escuro, onde foi atacada por três homens. Apesar de lutar com todas as forças, ela estava prestes a ser subjugada quando uma voz grave e imponente ecoou na escuridão: “Deixem-na em paz agora!” Era Zé Pelintra, um dos malandros mais conhecidos da Umbanda.
Zé Pelintra enfrentou os agressores com habilidade e destreza, deixando-os inconscientes no chão. Ele então se aproximou de Maria, oferecendo-lhe uma navalha como símbolo de proteção e força. “Use-a para se proteger, garota,” disse ele com um sorriso confiante. Esse gesto mudou para sempre a vida de Maria. A navalha se tornou não apenas uma ferramenta de defesa, mas também um símbolo de sua força e independência.
Simbolismo da Navalha
A navalha é um elemento central na história de Maria Navalha. Mais do que uma arma, ela representa sua luta por sobrevivência e autonomia. É um símbolo de resistência, especialmente para mulheres que enfrentam adversidades em um mundo patriarcal e opressivo. No contexto espiritual, a navalha é um amuleto de proteção, ajudando a cortar energias negativas e afastar perigos.
Na Umbanda, Maria Navalha ensina a importância de lutar pelos próprios direitos, proteger os vulneráveis e nunca desistir, mesmo diante das maiores adversidades. Seus devotos a reverenciam como uma protetora poderosa, sempre pronta para auxiliar aqueles que a chamam com fé.
Cantigas de Maria Navalha
As cantigas de Maria Navalha são carregadas de energia e reverência, utilizadas em terreiros para invocá-la e trabalhar com sua energia. Aqui estão três cantigas tradicionais:
- “Maria Navalha, vem me ajudar,
Com sua força, vem me guiar.
No beco escuro, eu vou passar,
Com sua navalha, nada vai me derrubar.” - “Lá vem Maria Navalha, de saia rodada,
No caminho da malandragem, ela não teme nada.
Com seu sorriso e sua navalha na mão,
Protege seus filhos de todo mal e opressão.” - “Oh, Maria Navalha, mulher de valor,
Ensina a todos o poder do amor.
Com sua coragem e determinação,
Corta os males que prendem o coração.”
Trabalhos com Maria Navalha
Os trabalhos espirituais realizados com Maria Navalha são conhecidos por sua eficácia e intensidade. Aqui estão três rituais voltados para abertura de caminhos, prosperidade e proteção:
1. Abertura de Caminhos
- Material necessário: 1 vela vermelha, 1 navalha nova (ou faca pequena), mel, papel e lápis.
- Procedimento: Escreva em um papel seus obstáculos e dificuldades. Unte a vela com mel, acenda-a e peça a Maria Navalha para cortar os caminhos fechados. Após o ritual, descarte o papel em um local limpo.
2. Prosperidade
- Material necessário: 1 vela dourada, moedas douradas, açúcar e uma taça de água.
- Procedimento: Coloque as moedas em um prato, cubra com açúcar e posicione a vela no centro. Acenda a vela e peça a Maria Navalha que traga prosperidade e abundância para sua vida. Após o ritual, guarde as moedas como amuleto.
3. Proteção
- Material necessário: 1 vela preta e vermelha, um pequeno espelho e sal grosso.
- Procedimento: Acenda a vela diante do espelho e espalhe sal ao redor. Peça a Maria Navalha que reflita e corte todas as energias negativas. Após o ritual, lave o espelho com água corrente e guarde-o em um local seguro.
A história de Maria Navalha é um lembrete poderoso de que, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, é possível encontrar força, coragem e propósito. Sua trajetória inspira milhões de devotos na Umbanda e além, mostrando que a verdadeira proteção vem de dentro, mas pode ser fortalecida com fé e determinação.
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